O Brasil, grande potência agrícola, está observando com nervosismo o impacto da guerra da Rússia na Ucrânia, sem saber se o lado positivo – um aumento esperado nas exportações de milho do Brasil – superará o impacto em suas importantes importações de fertilizantes.
O Brasil, um dos principais exportadores de produtos agrícolas, incluindo carne bovina, frango, soja e milho, deve ganhar um lucro inesperado com o aumento dos preços das commodities, impulsionado em todo o mundo pela guerra.
Mas o país também depende muito de fertilizantes importados e está enfrentando um colapso no estoque do principal fornecedor da Rússia, cujas exportações foram duramente atingidas pelas sanções ocidentais.
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O milho foi particularmente afetado pela guerra.
A invasão da Ucrânia pela Rússia em 24 de fevereiro colocou em dúvida se qualquer um dos países – o quarto e o quinto maiores exportadores de milho do mundo, respectivamente, em 2019-20 – poderá fazer as entregas esperadas este ano.
Isso está fazendo com que os preços subam e pode ser uma bênção para o Brasil, o terceiro maior exportador.
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A safra de milho foi duramente atingida no ano passado pelo mau tempo, incluindo a pior seca em quase um século. Mas a colheita deve aumentar 29% em 2021-22, segundo a última previsão da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).
“O preço do milho atingiu um dos maiores patamares já vistos, tornando-o atrativo para os produtores brasileiros, fator que impulsiona o aumento da área de plantio para a segunda safra, a maior do ano” disse João Pedro Lopes, da análise de mercado de commodities da empresa StoneX.
A forte demanda global e uma taxa de câmbio favorável “devem permitir um aumento de 67% nas exportações” de milho brasileiro em 2022, disse a Conab.
Enquanto isso, o Departamento de Agricultura dos EUA previu que, se a colheita do Brasil for tão grande quanto o esperado, o país poderá ultrapassar a vizinha Argentina e se tornar o segundo maior exportador de milho do mundo este ano, atrás apenas dos Estados Unidos.
“Surgiu a demanda internacional para embarque imediato de milho brasileiro, o que é incomum para o primeiro semestre do ano. E a demanda para o segundo semestre também acelerou”, disse o analista Paulo Roberto Molinari, da consultoria de agronegócios Safras e Mercado.
Problema de fertilizante
Mas há uma grande desvantagem.
“Não há garantia na questão-chave do transporte de mercadorias”, com o setor de transporte marítimo abalado pela guerra, disse Cesário Ramalho, presidente da Associação Brasileira dos Produtores de Milho (Abramilho).
“E o fornecimento de fertilizantes também é incerto”, disse ele à AFP.
O Brasil importa cerca de 80% de seus fertilizantes – 20% disso da Rússia, seu principal fornecedor.
A Bielorrússia, outro fornecedor importante e que apoiou a Rússia na crise da Ucrânia, também foi duramente atingida pelas sanções ocidentais.
A ministra da Agricultura, Tereza Cristina, disse no início deste mês que o Brasil tinha estoques de fertilizantes suficientes para durar até outubro. Ela vem negociando com outros grandes exportadores para obter mais.
Os agricultores já estão sentindo o aperto: o preço de uma tonelada de fertilizante importado disparou no Brasil em 129% de fevereiro de 2021 a fevereiro de 2022.
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Fonte: France24